sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Considerações sobre fisioterapia e uma tendinite

* Fisioterapia é como no colégio. Na chamada da professora você era o número 41 da chamada, na fisio você é uma tendinite de punho. Só.

* "ELA É O QUE?" "Tendinite de punho!!" "Oh, bixinha, tá doendo né? Aperte essa bolinha aqui 10 vezes tá?" ¬¬

* Queridos profissionais de fisioterapia: não é só porque você vai passar 3 minutos passando ultrassom na pessoa que você tem intimidade pra dar pitaco na vida dela e fazer gracinhas-sem-gracinhas-ha-ha, ok? Fica a dica.

* E no final (ansiosamente aguardado) das infinitas 10 sessões, chega-se a conclusão de que "você precisa regular o seu local de trabalho. A mesa do computador não pode estar muito alta blábláblá. Sua cadeira tem braço? Não?!! Então, a primeira coisa a fazer é COMPRAR uma cadeira com braço!" "Não, primeiro eu preciso arrumar dinheiro pra poder comprar a cadeira, fia". Veja, uma cadeira dessas não é como um banquinho que você compra na feira né?! Não resisti...

Malditas bolinhas

sábado, 24 de outubro de 2009

Quero ser John Malkovich

Assisti ontem um clássico recente, o tal do Quero ser John Malkovich e adorei, apesar de na época do lançamento não ter me interessado muito. Afinal, quem é John Malkovich na noite pra fazerem um filme onde todos querem ser ele? Se ainda fosse Brad Pitt...

(se bem que nesse caso o título teria que mudar para Quero ser Brad Pitt, néam?)

Mas divago, divago....

Voltando ao John, que eu gostei bastante... o roteiro é benloko, como era de se esperar já que é do Charlie Kaufman, o mesmo de Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (ótemo), e conta a história de um twiteiro, digo, titereiro frustrado que arruma um emprego como arquivador no andar 7 1/2 de um prédiozão antigo.

Neste andar onde o teto é mais baixo e todos tem que andar curvados, existe um portal que leva quem passa por ele até a cabeça (literalmente) de John Malkovitch, permitindo que o invasor veja o mundo pelos olhos dele por 15 minutos. O twiteiro, depois de descobrir o portal por engano, começa a vender ingressos para passeios pela cabeça do cara que é igual a um primo meu (eu estou realmente impressionada com as semelhanças), junto com uma colega de andar, por quem é apaixonado (ou a palavra certa seria obcecado?).

Até a descoberta do portal, lá pela metade do filme, a expressão certa pra acompanhar o desenvolvimento da história é a melhor cara de "hã?", mas é aí que fica bom. De repente existem filas enoooormes de pessoas querendo ser o John e, enquanto o Kaufman nos confunde com historinhas paralelas de romances não correspondidos e pessoas descobrindo sua (trans) sexualidade, parece que ele quer mesmo é que a gente pense no que o twiteiro fala logo no começo, sobre as questões filosóficas (eu diria éticas e morais) de poder ser outra pessoa.

Esse ponto me lembrou um pouco um outro filme que assisti recentemente e falei por aqui, Gamer, que eu não gostei mas tem uma linha interessante sobre como as pessoas são (ou seriam) capazes de fazer absurdos se fossem outras e como tem gente tão desesperado de ser quem é que pagaria fortunas pra ser manipulado, pra fazer o que quer que seja sem que fosse responsabilizado pelos atos ou simplesmente pra se ver livre de si mesmo por alguns instantes. Quero ser John... diz o mesmo e mostra bem isso na cena em que o primeiro cliente da J.M. Inc. sai da cabeça do Malko extasiado, após vê-lo escolher toalhas e tapetes de banheiro por telefone. E aí grande dúvida inicial é respondida: não se trata de ser John Malkovich, mas qualquer pessoa, menos quem você é de verdade.

A história, como deu pra perceber, é bem irreal, mas o bom do Kaufman (opinião beeem parcial aqui, já que esse é apenas o segundo filme dele que eu vejo) é que ele não tenta se explicar. Assim como em Brilho Eterno, em que ou você aceita a existência de uma empresa que apaga as memórias das pessoas, aqui existe um portal que leva pra cabeça do John Malkovitch e pronto, fim. Até tem um motivo pra ele existir, mas é tão irreal quanto.

Pra fazer jus à boa história, o elenco foi muito bem escolhido. Temos o John Cusack, como Craig Shwartz, o titereiro frustrado (que vai ficando cada vez mais corcunda e pende a cabeça pro lado ao falar - consequência do ambiente de trabalho?), a Cameron Diaz, quase irreconhecível como a esposa do Craig, a Catherine Keener (O virgem de 40 anos) numa atuação meio forçada da colega durona de Shwartz e algumas pontas de Charlie Sheen, Sean Penn e Brad Pitt (sempre lindo). Ah é, tem também o John Malkovich, como... ele mesmo.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Rainha de Copas

Fuçando posts antigos da minha conta no fotolog (alguém falou em procrastinação?), achei esse diálogo acontecido no MSN que me fez ter medo da imagem que as pessoas tem de mim.


- Camila: xeu contar
- Angelina: valei-me... conta
- Camila: huhuuhahua
- Camila: por causa de vc
- Camila: eu sonhei
- Camila: kkkkkkkkkk
- Camila: assim... as pessoas tinham que sair de aracaju
- Angelina: por causa de mimmmmmm??
- Camila: e antes de sair
- Camila: tinham que cortar a cabeça


Pra quê twitter se eu tenho blog?

Recebi um e-mail interessante, sobre teorias da conspiração e resolvi repassar pro namorado, que também adora esse tipo de coisa. Aproveitei para incluir uma mensagem bem meiga, cheia de nhóins e i love you's. Coisa de namorada, sabe? Namorada sem noção e atrapalhada, que em vez de encaminhar clicou no responder.


Acabei de enviar a mensagem de volta pra pessoa que me mandou.



segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Das coisas que me irritam

oi gente, bom dia.

olhasóam: "possa ser" como em "possa ser que eu vá ter tempo pra voltar a escrever aqui algum dia" não existe, tá?

beijos, nãomeliguem.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Momento "escrevi e não quero deixar guardado"


O Pequeno Príncipe (The Little Prince - 1974)

Quem nunca teve a oportunidade de ler o livro de Antoine de Saint-Exupéry ao menos já ouviu falar da encantadora história de O Pequeno Príncipe. O livro, que hoje é considerado um clássico da literatura mundial, teve uma adaptação cinematográfica musical, de 1974, tímida em relação ao sucesso do livro.

A história é de um aviador (Richard Kiley) que, quando criança, sentia-se incompreendido pelos adultos e cresceu assim, vivia sozinho, sem ninguém com quem realmente conversar. Enquanto fazia uma viagem da França para a Índia, vê-se no meio do Deserto do Saara com o avião quebrado. É aí que ele encontra um principezinho enigmático de outro planeta, um planeta bem pequeno, que tem apenas três vulcões e uma rosa. A partir de então surge uma relação de carinho e cuidado entre os dois perdidos no deserto. De forma sutil e inocente, o pequeno príncipe (Steven Warner) conta suas aventuras pelo universo e seus encontros com reis e generais de outros planetas, a fim de conhecer mais sobre a vida.

Destaca-se nesse percurso a Raposa interpretada por Gene Wilder que, com o mesmo ar misterioso do Willy Wonka interpretado por ele em “A Fantástica Fábrica de Chocolates” (1971), ensina sobre a responsabilidade de cada um sobre aquilo que se cativa. Não menos interessante é a Serpente, interpretada por Bob Fosse, com performance impossível de não ser comparada ao rei do pop, Michael Jackson.

A trilha sonora e as músicas são tão suaves quanto toda a fábula em si, e o diretor Stanley Donen usa de recursos cinematográficos interessantes para dar um ar mais fantasioso, como a câmera posicionada de baixo para cima de modo a transparecer a incompreensão dos adultos ao jovem aviador, e o uso abusivo da grande angular.

Com tudo isso, embora possa parecer um pouco lento para os não muito fãs de musicais, o filme consegue emocionar e passar com louvor toda a magia de uma fábula que pode parecer infantil mas que alcança um público muito maior.



PS: A dublagem é péssima, mas as versões legendadas do Youtube estavam horríveis...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Sobre cachorros

Eu sei que vocês devem estar pensando que eu sou uma inimiga dos animais e coisa e tal, mas não é bem assim. Quero deixar claro que eu entendo perfeitamente que uma pessoa possa ter num cachorro (ó céus, porque não um peixe? =P) seu melhor amigo, ou até mesmo um filho.

Sim, eu já tive um cachorro. E foi porque nós quisemos, a família inteira. Quando fomos morar numa casa espaçosa e tínhamos espaço para mais um “ser”, um vira-lata que chegou novinho, assim pra gente ver crescer e não ficar com medo. E eu, quando era pequena (ou quem sabe em outra vida), devo ter tido um trauma muito do forte, desses que só Freud explica, porque pra pegar nele, assim novinho, eu o levantava acho que a uns 20 cm do chão; e quando ele corria eu corria também, na frente, com medo, até a cadeira mais próxima.

Foi assim que ele cresceu, alegre e serelepe, e o máximo que eu fazia era passar a mão temerosa na cabeça dele; e se estava solto, eu nem saia de casa... Triste né?

Mais triste ainda foi quando ele foi pro céu dos cachorros e eu percebi que ele era mesmo da família e que a casa ficou com um silêncio incômodo sem os latidos e as corridas sem motivo do bixinho.

Sim, eu tenho coração! Mas ele não tem lá uma queda por caninos...

domingo, 4 de outubro de 2009

Game Over

Acabei de chegar de uma sessão de Gamer (Gamer, 2009) e preciso confessar duas coisas. Primeiro, que surpresa descobrir que não traduziram o título para "Gamer - O jogador" ou "Gamer - o jogo da vida" ou "Gamer - Jogo demais" ou... vocês entenderam. Segundo: não há Gerard Buttler que salve. Eu sou bem o tipo de pessoa que não se estressa de pagar pra ver filmes assumidamente despretensiosos, como já falei aqui, mas filmes que pretendem me fazer sair do cinema estarrecida com o rumo que a sociedade está tomando e não chegam nem perto de conseguir isso me irritam um pouco. Gamer é desses.

A história é a seguinte: num futuro próximo, Dexter (não sei o nome do ator e preguiiiça de ir no IMDB, mals aê. joga no google) injeta nano-células no cérebro das pessoas e as transforma em personagens reais do Second Life, num jogo chamado Society em que os jogadores (ainda se usa o termo “internautas”?) controlam, de seus computadores, as mentes dos personagens através dos nano-coisinhas injetados. A idéia vinga e ele então lança a versão real do Counter Strike, o Slayers, com gente de verdade atirando em gente de verdade que morre de verdade.

Como os “avatares” são todos supostos prisioneiros condenados à prisão perpétua ou à pena de morte e iriam morrer de qualquer jeito, as pessoas acham que o jogo é OK e aceitam tranquilamente as atrocidades que assistem nas batalhas (o jogo se passa num cenário de guerra), mas como são pessoas de verdade sendo manipuladas, em algum momento uma delas vai começar a pensar sozinha e tentar sair de lá. Essa pessoa, claro, é o Gerard Buttler. Seu personagem, o Kable, obviamente tem todo um passado que, se revelado, trará à tona todos os podres do jogo e do criador dele e coisa e tal.

Olha, dava pra tirar muita coisa boa daí, viu? Mas o diretor ficou naquele impasse, sem decidir se queria um drama, um sci-fi, uma ação ou outra coisa qualquer, resolveu misturar tudo e deu no que deu. Ou isso ou a edição zoou com o cara e picotou tudo; as passagens de uma cena pra outra não fazem sentido, não há coerência, as cenas cortam o clima da cena anterior. Sem falar na handcamera tremida e nas mil cenas de batalhas infinitas, com tantas explosões que eu vi a hora de alguém da sala ter uma convulsão.

As atuações e os personagens se alternam entre ultra-rasos e mal trabalhados (toda a turma do Humanz e a família do Kable) e über estereotipados (o controlador da esposa do Kable). Fala sério, obeso mórbido e sedentário que passa a vida sentado numa poltrona, se empanturrando de comida e se passando por mulher na vida virtual? Mais clichê que isso só se o primeiro personagem homem que ele encontrasse no jogo fosse, na verdade, uma mulher. Ah, é, isso acontece mesmo. E o Dexter, que eu não sei se é bom como Dexter já que nunca assisti um episódio sequer, está uma versão muito ruim do Alexander Delarge.

Taí, fica a dica: quer ver filme de violência gratuita, mas com crítica real e bem trabalhada sobre a sociedade? Vai ver Laranja Mecânica.



Separados na lavagem cerebral?