
Malditas bolinhas
Porque mesmo o tempo não desfaz a trama
Malditas bolinhas
A história é de um aviador (Richard Kiley) que, quando criança, sentia-se incompreendido pelos adultos e cresceu assim, vivia sozinho, sem ninguém com quem realmente conversar. Enquanto fazia uma viagem da França para a Índia, vê-se no meio do Deserto do Saara com o avião quebrado. É aí que ele encontra um principezinho enigmático de outro planeta, um planeta bem pequeno, que tem apenas três vulcões e uma rosa. A partir de então surge uma relação de carinho e cuidado entre os dois perdidos no deserto. De forma sutil e inocente, o pequeno príncipe (Steven Warner) conta suas aventuras pelo universo e seus encontros com reis e generais de outros planetas, a fim de conhecer mais sobre a vida.
Destaca-se nesse percurso a Raposa interpretada por Gene Wilder que, com o mesmo ar misterioso do Willy Wonka interpretado por ele em “A Fantástica Fábrica de Chocolates” (1971), ensina sobre a responsabilidade de cada um sobre aquilo que se cativa. Não menos interessante é a Serpente, interpretada por Bob Fosse, com performance impossível de não ser comparada ao rei do pop, Michael Jackson.
A trilha sonora e as músicas são tão suaves quanto toda a fábula em si, e o diretor Stanley Donen usa de recursos cinematográficos interessantes para dar um ar mais fantasioso, como a câmera posicionada de baixo para cima de modo a transparecer a incompreensão dos adultos ao jovem aviador, e o uso abusivo da grande angular.
Com tudo isso, embora possa parecer um pouco lento para os não muito fãs de musicais, o filme consegue emocionar e passar com louvor toda a magia de uma fábula que pode parecer infantil mas que alcança um público muito maior.
PS: A dublagem é péssima, mas as versões legendadas do Youtube estavam horríveis...