
Malditas bolinhas
Porque mesmo o tempo não desfaz a trama
Malditas bolinhas
A história é de um aviador (Richard Kiley) que, quando criança, sentia-se incompreendido pelos adultos e cresceu assim, vivia sozinho, sem ninguém com quem realmente conversar. Enquanto fazia uma viagem da França para a Índia, vê-se no meio do Deserto do Saara com o avião quebrado. É aí que ele encontra um principezinho enigmático de outro planeta, um planeta bem pequeno, que tem apenas três vulcões e uma rosa. A partir de então surge uma relação de carinho e cuidado entre os dois perdidos no deserto. De forma sutil e inocente, o pequeno príncipe (Steven Warner) conta suas aventuras pelo universo e seus encontros com reis e generais de outros planetas, a fim de conhecer mais sobre a vida.
Destaca-se nesse percurso a Raposa interpretada por Gene Wilder que, com o mesmo ar misterioso do Willy Wonka interpretado por ele em “A Fantástica Fábrica de Chocolates” (1971), ensina sobre a responsabilidade de cada um sobre aquilo que se cativa. Não menos interessante é a Serpente, interpretada por Bob Fosse, com performance impossível de não ser comparada ao rei do pop, Michael Jackson.
A trilha sonora e as músicas são tão suaves quanto toda a fábula em si, e o diretor Stanley Donen usa de recursos cinematográficos interessantes para dar um ar mais fantasioso, como a câmera posicionada de baixo para cima de modo a transparecer a incompreensão dos adultos ao jovem aviador, e o uso abusivo da grande angular.
Com tudo isso, embora possa parecer um pouco lento para os não muito fãs de musicais, o filme consegue emocionar e passar com louvor toda a magia de uma fábula que pode parecer infantil mas que alcança um público muito maior.
PS: A dublagem é péssima, mas as versões legendadas do Youtube estavam horríveis...
mesmo tão civilizado ainda é um cachorro
pra quê cachorro?
- Amém!
A bolha assassina
FOTO: blog.paulaschuabb.com.br
- Yo, Joe! Onde você comprou esse shampoo?
- A-mi-ga, nem te conto! Mas teu cabelo também está ótimo!
IMAGENS: Divulgação
Aí que Michael Jackson bateu as botas, né? Fico triste de não ter pego o auge dele e nunca ter dado lá muita importância enquanto ele estava vivo. Mas é geralmente assim... agora que ele morreu, vou baixar as músicas, ver os clipes, gostar bastante e depois me lamentar de nunca ter visto nenhum show (coisa que mesmo vivo eu ia continuar sem ver já que ainda não enriquei. AINDA.)
Então, pra não "passar batido", deixo aqui a contribuição do Rei do Pop para a minha adolescência, com a esperança de que alguém mais, além da minha pessoa e da minha irmã, se lembre do 3T, o grupo de três sobrinhos do MJ que se aproveitou da fama do tiozinho, fizeram umas duas ou três músicas de sucesso e *pluft*, sumiram. E nós ouvíamos muito (essas duas músicas) e inclusive tínhamos gravada uma participação deles no Programa do Raul Gil, se não me engano. (ok, esse foi um momento bem "meu passado me condena", mas afinal, o que seria do presente se não pudéssemos rir do passado, han, han, han?)
Alguém lembra disso??
O texto a seguir foi parte de um debate sobre uma nova linha de ônibus lançada na bela cidade de Aracaju. Como poucos sabem, o sistema de transporte público aqui é péssimo: numa idade minúscula como essa, eu, que moro a poucos quilômetros dos meus destinos diários, chego a passar 40 minutos para ir de um lugar a outro, sendo que de carro ou mesmo a pé, eu demoraria uns 15 e olhe lá.
Daí que domingo passado eu tive que ir ao shopping, e como o lugar onde eu moro já é naturalmente difícil pegar ônibus, que demora séééculos e não tem hora certa pra passar, imagine então como deve ser dia de domingo, né? Fato é que eu fiquei esperando por muitos minutos, então olhei pro meu all star (bom de caminhar), olhei pro meu guarda-chuva (bom de caminhar na chuva) e olhei pro arco-íris lindo que tava no céu (bom pra caminhar sem pensar em como é injusta a vida de quem precisa de transporte público) e fui a pé mesmo. Passei por vários pontos de ônibus no caminho e vi que tanto na avenida em que eu moro, como na transversal a ela, em quase todos tinha gente esperando, nos dois sentidos das avenidas. Ônibus, que é bom, vi uns dois, só, quando eu já tava perto do shopping e não valia mais a pena pagar o roubo que é a passagem (R$1,95).
Agora, já na volta, a história foi beeeemm diferente. No ponto em frente do shopping vi passar um enquanto eu atravessava a rua e quando eu subia em outro (o RIOMAR - DIA, que faz o percurso terminal - shopping 1 - shopping 2 - shopping 1 - terminal), vi outro logo atrás. Já chegando no terminal, esperei uns bons 40 minutos pra poder, finalmente, pegar o meu pobrinho J. Alves - O. Dantas e chegar em casa.
É um absurdo isso, gente! Nesse (muito) tempo em que eu fiquei esperando pelos ônibus, eu só consegui pensar o seguinte: não tem ônibus no fim de semana pq quem anda de ônibus é pobre ou ainda não alcançou o merecimento, a recompensa social que é ter um carro, o que permite sair pra se divertir nas horas vagas de não-trabalho. Se você não tem carro, ora bolas, você é um "loser" e tem mais é que ficar em casa mesmo. Agora, para aqueles que estão batalhando o seu lugar ao sol na hierarquia social, veja, nós damos uma ajudinha: se o seu objetivo de diversão é o shopping center, aquele lugar onde menos da metade da população tem condições reais de se divertir, aí tudo bem, tem ônibus pra você.
É de uma contradição sem tamanho... nada contra os shoppings centers, que eu gosto mesmo mas, oi, até onde eu sei ninguém mora no Shopping Jardins nem no Shopping Riomar e nem todo mundo mora perto deles pra só ter ônibus pra ir de um ao outro, pq de lá pra outro lugar não tem!
Hoje eu acordei bem mais cedo que o de costume, tomei banho sem pressa, biscoito de chocolate no café da manhã, aquela coisa saudável e tal e saí pro estágio bem tranqüila, sentindo o ventinho fresco da madrugada. Cheguei ao ponto de ônibus, vi o ônibus se aproximando, me sentei no banquinho distraída, vi o ônibus parar na minha frente, confirmei que aquele era mesmo o 003 e continuei perdida nos meus pensamentos matutinos. Dois nano-segundos depois, outro estalo: aquele era o SEU ônibus!! Vendo que ele ainda estava parado no sinal, saí correndo desesperada pela calçada, ao que o motorista muito solícito viu, deu sinal pros carros pararem, esperou eu atravessar a rua e abriu a porta, para que eu subisse em meio a buzinadas e xingamentos.
Resultado do Google para "abola"
Eu sempre tive uma idéia bem diferente do que era ser adulta. Pra mim, começaria aos vinte anos. Porque, né, até os dezenove é dez + alguma coisa, ou seja, ainda resta muito de infância e adolescência. Agora, vinte, não. Aos vinte não há mais aquela euforia infantil de poder dirigir, beber e ser preso. Bobagem, quem tem vinte anos já passou dessa fase, já fez vestibular e só é convidado pra festa de formatura e casamento. Quiçá até de batizado de segundo filho. Adeus, festas de 15 anos.
E aí eu me imaginava, muito adulta com meus vinte-e-poucos anos, tendo contas a pagar, dirigindo meu carro comprado por mim e trabalhando, porque aos vinte-e-quatro, ou já tá formado ou tá quase lá. Já se estressa com monografia e até já trabalha, ou no mínimo faz estágio. Ou se desespera com o desemprego. Tem contas pra pagar, responsabilidades demais, compromissos, reuniões, negócios. É o fim da diversão.
A partir daí, na minha cabeça, seria tudo igual, só mudariam as pessoas e os lugares e as coisas permaneceriam as mesmas até mudar de fase de novo, aos 60, 65 anos, que é quando começa a tal da terceira idade. Passou o clímax da vida, tudo o que você queria viver, deveria ter vivido até os vinte-e-poucos, agora a linha só desce.
E então, cá estou eu com meus vinte-e-quatro-anos-e-dois-dias. Nada mudou. O dia 31 chegou ao fim comigo jogando Imagem & Ação com meu noivo e alguns bons amigos, rindo como bobos numa praça pública. Tirando o fato de já ter um noivo lindo, fofinho, querido e amado e owwwnnn (quão adolescente foi isso?), eu poderia facilmente ter uns 17 anos.
Pago algumas contas, tenho carteira (vencida) de motorista, posso beber e só não fui presa ainda porque tenho juízo, mas poderia. Estou perto de me formar e já trabalho. Apesar disso tudo, por algum motivo aquela máxima dos clichês, que diz que a idade do corpo não é necessariamente a idade da alma, curiosamente começa a fazer sentido agora...